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quinta-feira, 15 de abril de 2010

A Pedagogia da Malandragem

Não tem como falar de Brasil e não falar do "jeitinho brasileiro", aquela maneira fácil de resolver as coisas. Todo brasileiro que se preze sempre resolve as coisas "daquele" jeitinho. Levante a mão quem nunca usou de métodos ilegítimos para se livrar de situações indesejadas ou para alcançar uma dádiva? - Eu sinceramente espero que alguém tenha levantado a mão, pelo amor de Deus! -. Para recordá-los, citarei algumas façanhas que ocorrem no cotidiano de um típico brasileiro.

"Alô você que pega a carteira de estudante do seu irmão, do vizinho, da irmã da sua amiga e até da sua mãe que já terminou a faculdade faz tempo, tudo isso só pra pagar meia no cinema. Ao pai que quer fazer um cartão de crédito mas o nome já está mais do que carimbado no SPC, portanto resta colocar o filho e arranjar um contra- cheque onde o pequeno herdeiro ganha 325 reais por mês e nem sabia (a mesada rendeu heim?!). E por último você, que tem uma tia juíza e é colocado para trabalhar com ela ganhando trocentos mil por mês e gasta o dinheiro todinho na boa, afinal, mora com a avó e não tem nenhuma despesa mesmo (haja nepotismo!).

Então, de onde herdamos essa característica tão peculiar? Sinto-lhes informar - e acho que essa é a melhor das notícias - mas, NÃO, o jeitinho brasileiro não é genético. Mas afinal, de onde veio tanta habilidade para a malandragem? Creio que essa explicação requer uma retrospectica histórica, e é claro que não poderíamos deixar de fazer menção àqueles que mudaram os rumos de uma colônia esquecida. Nossos "queridos" colonizadores portugueses, aqueles tão bem lembrados nas rodinhas de piadas. É meus caros, já dizia Christhoper Lee: "As pessoas fazem a História, mas raramente se dão conta do que estão fazendo".

Ao fugirem para o Brasil, fizeram questão de ensinar os colonos "a moda portuguesa", e para isso fizeram uso de sua pedagogia tão bem sucedida, afinal, não é qualquer um que enrola o maior estrategista de guerra já visto até então e ainda por cima se alia a maior potência mundial que estava emergindo. O prócer D. João deu um "jeitinho" de fazer com que a França acreditasse que os teria como aliados, tudo isso para que os franceses não invadissem o país e ele não fosse destronado. Enquanto isso ele raciocinava uma estratégia para se sair bem nessa situação e também negociava com a Inglaterra sua fuga para o Brasil, o que o príncipe regente não sabia se era o melhor a fazer.

O que podíamos esperar como legado de uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta que enganou Napoleão e que raspou os cofres públicos ao fugir, deixando a população ao 'Deus dará'? Já dizia minha avó: "Vocês só a prendem o que não presta". Parece que foi isso que os portugueses nos ensinaram e nós, como bons alunos, aprendemos direitinho a lição. Que 'grande' exemplo de pedagogia e aprendizagem.

Camarão que dorme a onda leva

Bem que poderíamos ter seguido por uma caminho melhor não é?

2 comentários:

Leonardo Campos disse...

Pois é né... pra tudo temos uma "saida". Esqueceu de citar a grande campeã: o telefone toca e a mãe, irmã, irmao, pai entre outros dá o berro lá do fundo: "Se for pra mim diz que não tô".
Mas enfim, brasileiro tem mania de querer aprender só o que não presta; kkkkkkkkkk

NPaiva disse...

Fê, adoreiii o blog :)
Bem jornalístico mesmo, um charme.
Beijo ;*